sexta-feira, 6 de abril de 2007

Ser (um comercial) ou não ser? Eis a questão

Depois de postar o texto de ontem sobre o primeiro “comercial” do Joost” fiquei com uma pulga atrás da orelha. Não entendeu? Ok, eu explico: 4 anos dentro de uma universidade me permitiram acumular pelo menos as principais noções referentes ao curso de Publicidade e Propaganda no qual sou formada, além de me garantir o conhecimento suficiente para saber que: só os produtos que já estão no mercado, devidamente submetidos ao tramite de compra e venda, justificam a criação, produção e veiculação de um comercial, ou ainda aqueles recém chegados ao mercado e desconhecidos pelo público que usam o comercial como uma “apresentação”. Sim, esse seria o caso do Joost, mas não se pode esquecer que apesar das intenções de ser lançado em breve, o programa acaba de lançar mais uma versão Beta (a segunda), ou seja, ainda está sendo testado (por poucos) e não foi oficialmente lançado.

Então só para aliviar a possibilidade incômoda de ter publicado uma informação “tecnicamente” errada aqui no blog, achei melhor apelar para o São Google e me dediquei a uma pesquisa sobre o tal do “comercial” do Joost. Após algumas horas, para a minha surpresa: lá estava ela! A mesma pulga que estava atrás da minha orelha, parecia ter clones que habitavam em outras orelhas por aí...

Descobri que o circo está pegando fogo, no mundo blogueiro afora, por duas razões:

1) Vários blogs, de diversos lugares do mundo, inclusive esse aqui, que você lê agorinha mesmo, classificaram o vídeo encontrado na página principal do site oficial do Joost como um “comercial”, por isso alguns deles (por enquanto esse não) têm recebido comentários de profissionais da área de Publicidade e Propaganda que proferem em alto e bom som que um produto que ainda está sendo testado não teria razão para lançar um comercial; outro aspecto citado é a ausência de qualquer estímulo a ação do consumidor – característica marcante dos comerciais –, não há nada do tipo: “vá”, “veja”, “faça”, “experimente”,“instale agora”... O que só reforça a idéia de que o vídeo, que já se espalhou pela internet, nada mais é do que um vídeo criado para apresentar a plataforma TV + PC e o conceito do serviço Joost, aos visitantes do seu site oficial.

2) A outra questão comentada nos fóruns de discussão, comunidades do orkut, blogs e até mesmo no You tube, é a natureza, o estilo de produção do vídeo. Alguns espectadores– como já era de se esperar – ficaram decepcionados com a discrição do comercial. Achavam e desejavam um vídeo que acumulasse muitas horas de pós-produção garantindo assim as vertigens, os sustos e a adrenalina que eles tanto gostam; enquanto outros não só se renderam, como festejaram a simplicidade do comercial e o acharam brilhante porque acreditam que o objetivo de apresentar o conceito Joost foi cumprido.

Como publicitária que sou, acho importante que se faça distinção entre um vídeo de introdução, explicativo, e um comercial (ainda que os comercias também possam ser de introdução e explicativos, mas estes mostram e explicam produtos que já foram lançados, que já estão no mercado), assim como acredito que o vídeo em questão corresponde realmente à primeira opção. De qualquer forma: enviei um e-mail para a equipe Joost expondo essa “polêmica” que parece se alastrar que nem peste nos blogs que se dedicam à tecnologia e assim que eu obtiver alguma resposta postarei o parecer enviado por eles, aqui, ok?


Até mais,


Nicole Louise

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